'Um mês com braço dormente', diz Carol Ribeiro sobre esclerose múltipla
Ler resumo da notícia
Em 2015, a atriz e apresentadora Carol Ribeiro perdeu, de forma repentina, o movimento do braço esquerdo. No banho, o membro batia involuntariamente em seu rosto. "Eu quebrava uma caneca ou prato por dia", relembrou ela, no oitavo episódio da nova temporada do Conexão VivaBem, apresentado por Flávia Alessandra no Canal UOL.
O episódio durou quase um mês, mas ela só descobriu a causa em 2023: esclerose múltipla. Segundo o neurologista Marcos Alvarenga, que também participou do programa, qualquer sintoma neurológico que persista por mais de 24 horas deve ser interpretado como um sinal de alerta.
"Eu diria que, uma vez que você tem um sintoma neurológico persistente, que durou no mínimo 24 horas, você deveria procurar um neurologista", recomendou o médico.
Os sintomas da esclerose múltipla podem variar significativamente, incluindo problemas de visão, perda de memória, espasmos, perda de controle motor e fadiga intensa.
Na época em que seu braço ficou dormente, Carol disse que chegou a procurar um médico e fez uma ressonância magnética, mas o exame mostrou que não havia lesão de mielina, a substância que envolve e protege os neurônios. O resultado afastou, naquele momento, o diagnóstico de esclerose múltipla.
Um aspecto central da doença são os surtos ou manifestações clínicas agudas. De acordo com Alvarenga, no caso de Carol, a perda do movimento do braço já configurava um.
"Para nós, um surto, além de ter duração mínima de 24 horas, não pode ser explicado por outra condição, como uma infecção", explicou o médico. "Muita gente me liga dizendo que acordou com o braço dormente. Mas se passou em 5 minutos, não é surto. Dormiu em cima do braço, talvez".
Não há um exame único e definitivo para diagnosticar a esclerose múltipla. Alvarenga diz que o diagnóstico se dá por exclusão: é preciso descartar outras doenças com sintomas semelhantes até restar a hipótese mais provável.
Segundo o neurologista, o caminho básico envolve ressonância magnética e análises laboratoriais, como exame de líquor e testes de sangue, para eliminar hipóteses infecciosas ou autoimunes. Um padrão viral no líquor, por exemplo, pode afastar a suspeita de esclerose múltipla.
"Digo para meus pacientes que preciso 'limpar' o diagnóstico", afirmou o médico. "Ou seja, tirar outras possibilidades da frente antes de chegar à conclusão. É uma união de pistas".
A ressonância magnética se tornou a principal aliada nesse processo. Desde os anos 2000, os critérios diagnósticos da doença vêm sendo atualizados — e novos protocolos devem ser lançados ainda este ano. "É uma evolução contínua", disse o neurologista.
'Achei que era cansaço'
Uma estranha indisposição física e mental foi um dos sintomas que levaram a modelo a procurar um médico outra vez em agosto de 2023. Ela, que sempre se considerou uma pessoa "ligada no 220", de repente passou a sentir uma fadiga intensa para fazer qualquer coisa.
"Eu pensava 'eu trabalho demais, devo estar cansada'. Você nunca vai pensar que um cansaço é uma esclerose múltipla", relembrou Carol.
Carol também sentiu calorões noturnos, sudorese intensa, dores de cabeça persistentes, tontura e dificuldades cognitivas e visuais. "Os calorões pareciam menopausa, porque esquentavam o corpo, eu suava à noite e também quando estava em ambiente com muita gente, então até achei que pudesse ser pânico, mas eu tinha certeza que não ia acontecer nada comigo", disse a modelo.
Ela fez exames hormonais e a menopausa deixou de ser uma hipótese. Por um curto período, também chegou a fazer um tratamento para a tireoide. "Eu ouvia 'ela é muito magra, ela é fraca', aí até comecei a comer muito, achando que não tinha me alimentado direito".
Segundo Carol, foi uma amiga médica quem a alertou de que os tratamentos que vinha seguindo não faziam sentido e a orientou a procurar seu ginecologista de confiança. Foi esse profissional que a encaminhou ao neurologista.
O tratamento da esclerose múltipla combina medicações para controlar o sistema imunológico e reduzir surtos, além de cuidados para aliviar sintomas. Fisioterapia e apoio psicológico também são importantes.
Hoje, após o início do tratamento, Carol afirma que é possível viver com qualidade e diz que transformou sua experiência em ferramenta de conscientização.
"Quando tive o diagnóstico, foi quase que um alívio, foi um baque, mas também um alívio porque você dá um nome e diz 'agora vamos tratar essa doença'", diz ela.
Conexão VivaBem
Semanalmente, Flávia Alessandra comanda um papo sobre saúde, bem-estar e qualidade de vida com convidados especiais. Novos episódios ficam disponíveis toda terça no Youtube de VivaBem e no Canal UOL - na TV, o programa é exibido às 21h30. Assista ao episódio completo com Carol Ribeiro no topo da página.
O Canal UOL também está disponível na Claro (canal nº 549), Vivo TV (canal nº 613), Sky (canal nº 88), Oi TV (canal nº 140), TVRO Embratel (canal nº 546), Zapping (canal nº 64), Samsung TV Plus (canal nº 2074) e no UOL Play.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.